Introdução

Para ilustrar a temática deste blog, colocarei aqui, textos e imagens que chamaram a minha atenção.


A mancha


Composição: Lenine/Lula Queiroga


A mancha vem comendo pela beira

O óleo já tomou a cabeceira do rio

E avança

A mancha que vazou do casco do navio

Colando as asas da ave praieira

A mancha vem vindo

Vem mais rápido que lancha

Afogando peixe, encalhando prancha

A mancha que mancha,

Que mancha de óleo e vergonha

Que mancha a jangada, que mancha a areia

Negra praia brasileira

 

Onde a morena gestante

Filha do pescador

Derrama lágrimas negras

Vigiando o horizonte

Esperando o seu amor

A poesia da Natureza


Composição: Soaroir de Campos / Poetas Del Mundo


Liberdade da Natureza

que natureza tem a Natureza

de sem capricho algum

ornar com tomates

um jardim suspenso

no décimo segundo andar?


eu? Só cortei um descartável

ao invés de mandar pro lixo

plástico não degradável

e lancei restos pra adubar

e Ela sem capricho algum

selecionou a bel prazer

um exemplo de amostra

que fome não tem lugar

 

se o homem conscientizado

cuidar do que é Dela

o resto Ela assume

e sabe bem aproveitar.

Eles sabem, e eu também sei

Composição: Professora Sônia Hess (UFMS)


Que, pelas ruas, gritantes sirenes transportam, dia e noite, os frutos da crescente dor.

Que em cada copo de água bebe-se uma boa dose de veneno, porque as fontes não mais são puras, e o cloro nela aplicado também gera subprodutos perigosos.

Que em cada porção de alimento ingere-se resíduos dos agrotóxicos, aplicados como “salvadores da lavoura”; ou de anabolizantes, que fazem os animais “bombarem”; ou de aditivos, que transformam resíduos de processos industriais, em “saborosas iguarias”; ou ainda, de misteriosos componentes das embalagens, capazes de transformar “meninos em doces meninas”.

Que, para produzir aço, derrubam florestas que poderiam salvar os rios, o clima e o que resta de beleza.

Que em cada inalação, a saúde é aviltada por gases tóxicos, que matam silenciosamente os habitantes das grandes cidades, ou os desafortunados cortadores de cana, os carvoeiros e aqueles que conhecem de perto as queimadas.

Que só há dinheiro para pesquisar a cura das doenças mas, não, para evitá-las, porque quem produz os remédios também é quem produz a maior parte dos venenos que desencadeiam o fim da saúde.

Se eu sei de tudo isto, mais gente tem que saber, porque a ciência não foi criada para se calar, mas para iluminar os caminhos e trazer respostas que levem à paz.